11 de setembro de 2013

Cancro da mama                                             
O cancro da mama é das neoplasias malignas mais frequentes atualmente (Costa, 2004 citado por Melo, Leal, & Maroco, 2006). Ainda assim, a maioria das pessoas com cancros detetados numa fase inicial do seu desenvolvimento sobrevive pelo menos cinco anos (American Câncer Society, 2001 citado por Tonich, & Helgeson, 2004), ou seja, apenas um terço das mulheres diagnosticadas com cancro da mama morrem da doença (American Câncer Society, 2010 citado por Oktay, Bellin, Scarvalone, Appling, & Helzlsouer, 2011). No entanto, o cancro da mama continua a ser “de longe a forma de cancro e a causa de morte mais comum nas mulheres” (Ogden, 2004, p. 23). A idade é o maior fator de risco, sendo que a probabilidade de desenvolver cancro da mama aumenta à medida que as mulheres envelhecem. A exposição prolongada ao estrogénio, como o início precoce da menstruação (antes dos 12 anos), o início tardio da menopausa (depois dos 55 anos), a idade tardia do primeiro parto (30 anos ou mais), nunca ter tido filhos, ou o excesso de peso depois da menopausa, são outros fatores de risco (Ogden, 2004). Contudo, apesar de a investigação ter identificado estes fatores de risco, as equipas médicas especializadas (até ao momento) ainda não são conseguem detetar se uma mulher desenvolverá cancro da mama. 
É importante referir que apesar de ser mais frequente este cancro surgir nas mulheres, não se pode ignorar a evidência de que também ocorre nos homens, ainda que com uma menor incidência.
Existem dois tipos principais de cancro da mama: os não invasivos (cancros restringidos aos ductos ou lóbulos (constituintes da mama), que não se espalharam para além da camada de tecido onde se desenvolveram) e os invasivos (cancros que começaram a espalhar-se para o tecido circundante) – Ogden, 2004.
Em termos de diagnóstico considera-se que existem quatros estádios de diagnóstico (Holland, 1998b; Passos Coelho, 2006; Wittekind et al., 2005 citado por Patrão, 2007). No primeiro estádio, ainda não há extensão da doença além da mama e o tumor não tem mais de 2 centímetros de tamanho. O segundo carateriza-se pela existência de metástases nos gânglios linfáticos móveis e o tamanho do tumor situa-se entre os 2 e os 5 centímetros. Já no terceiro estádio, o tumor tem mais do que 5 centímetros e verificam-se metástases nos gânglios linfáticos. Por fim, o quarto estádio caracteriza-se pela existência de um tumor com qualquer tamanho e com extensão direta à parede torácica ou à pele, havendo metástases noutros órgãos. À medida que os estádios progridem, o prognóstico piora (Patrão, 2007).
As opções de tratamento passam pela cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal e imunoterapia, podendo os tratamentos serem locais ou sistémicos. A cirurgia e a radioterapia são tratamentos locais, usados para remover, destruir ou controlar as células cancerosas de uma área específica; a quimioterapia e as terapias hormonais e biológicas são tratamentos sistémicos usados para destruir ou controlar as células cancerosas em todo o corpo (Bower, & Waxman, 2006; Ogden, 2004). No caso da cirurgia, pode optar-se pela nodulectomia (é removido apenas o nódulo canceroso), pela quadrantectomia (é removido um quarto de mama), ou pela mastectomia (toda a mama é removida). Quanto à reconstrução da mama, algumas mulheres querem a reconstrução imediata da mesma (através da inserção de implantes), enquanto que outras querem evitar mais uma operação e satisfazem-se com o uso de próteses no lado vazio do sutiã (Ogden, 2004).

Referências Bibliográficas:
Bower, M., & Waxman, J. (2006) Compêndio de oncologia. Lisboa: Instituto Piaget.
Melo, V., Leal, I., & Maroco, J. (2006). Estudo preliminar de um questionário de PTSD em mulheres sobreviventes de cancro da mama. In I. Leal, J. P. Ribeiro, & S. N. Jesus (Eds.), Saúde, bem-estar e qualidade de vida: actas do 6º congresso nacional de psicologia da saúde (pp. 407 – 413). Faro: Instituto Superior de Psicologia Aplicada.
Ogden, J. (2004). Compreender o cancro da mama. Lisboa: Climepsi Editores.
Oktay, J. S., Bellin, M. H., Scarvalone, S., Appling, S., & Helzlsouer, H. J. (2011). Managing the impact of posttreatment fatigue on the family: breast cancer survivors share their experiences. Families, Systems, & Health, 29, 2, 127–137. DOI: 10.1037/a0023947
Patrão, I. (2007). O ciclo psico-oncológico no cancro da mama: estudo do impacto psicossocial do diagnóstico e dos tratamentos [versão online]. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa Instituto Superior Psicologia Aplicada. Tese de doutoramento.
Tomich, P. L., & Helgeson, V. S. (2004). Is finding something good in the bad always good? benefit finding among women with breast cancer. Health Psychology, 23, 1, 16-23. DOI: 10.1037/0278-6133.23.1.16

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