Um olhar sobre os profissionais de saúde
Ao longo da nossa vida e do nosso quotidiano é comum cuidarmos de alguém, ora dos nossos pais, ora dos nossos amigos, ora dos nossos companheiros, ora dos nossos filhos ou mesmo através da profissão ou ação de voluntariado de um conjunto alargado de indivíduos. Como podemos facilmente compreender quando falamos de cuidado temos inerente, desde logo, a existência de uma pessoa que assume o papel de cuidador e de outra que assume o papel de cuidado, sendo que cada um dos elementos da relação tem as suas singularidades (Liberato, & Carvalho, 2008), levantando-se, não raras vezes, a questão: “então e quem é que cuida do cuidador?”.
Ao longo da nossa vida e do nosso quotidiano é comum cuidarmos de alguém, ora dos nossos pais, ora dos nossos amigos, ora dos nossos companheiros, ora dos nossos filhos ou mesmo através da profissão ou ação de voluntariado de um conjunto alargado de indivíduos. Como podemos facilmente compreender quando falamos de cuidado temos inerente, desde logo, a existência de uma pessoa que assume o papel de cuidador e de outra que assume o papel de cuidado, sendo que cada um dos elementos da relação tem as suas singularidades (Liberato, & Carvalho, 2008), levantando-se, não raras vezes, a questão: “então e quem é que cuida do cuidador?”.
Quando
transportamos esta questão para a doença oncológica, percebemos que,
comummente, as atenções tendem a estar (mais) focadas no apoio ao doente, ao
cuidado, e menos ao cuidador (Liberato, & Carvalho, 2008). Contudo, este
último também sofre, uma vez que, todos aqueles que lidam direta ou
indiretamente com o doente tendem a “vivenciar” o mesmo processo, ainda que, de
forma paralela (Pereira & Lopes, 2005).
E os
profissionais de saúde constituem um verdadeiro exemplo disso! Enquanto equipa
que trabalha constantemente com o doente oncológico, estes elementos precisam
de atenção pois, além de estarem sujeitos, diariamente, a um conjunto de
exigências instrumentais e emocionais, lidam com uma grande pressão
psicológica. Assistem ao desespero, ao sofrimento físico, ao medo, à
proximidade da morte, à injustiça, ao sentimento de revolta, ao inadiável fim
da vida, a um conjunto alargado de sentimentos intensos manifestados pelos
doentes oncológicos (Liberato, & Carvalho, 2008). Parecendo assim evidente
que, por muito que se procure o chamado “alheamento” técnico, dificilmente
alguém conseguirá ficar absolutamente indiferente a todos estes sentimentos manifestos
pelo outro que, em tantos momentos, se nos torna tão próximo (Liberato, &
Carvalho, 2008). Deste modo, segundo a literatura, acredita-se que à semelhança
do próprio doente oncológico, a expressão emocional do profissional se revela como
um aspeto fundamental (Liberato, & Carvalho, 2008), na medida em que,
funciona como fator protetor na prevenção da origem e desenvolvimento de
algumas problemáticas, hoje já tão frequentes, como são exemplo, o esgotamento
psicológico e o síndrome burnout.
Referências
bibliográficas:
Liberato,
R. P., & Carvalho, V. A. (2008). Estresse e síndrome de burnout em equipas
que cuidam de pacientes com câncer: cuidando do cuidador profissional. In V. A. Carvalho, et. al. (Eds.), Temas em
Psico-Oncologia (pp. 556-571). São Paulo: Summus.
Pereira,
M. G., & Lopes, C. (2005). O doente
oncológico e a sua família. Lisboa: Climepsi editores.